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Você conhece a história da Cerveja?

By novembro 29th, 2018One Comment

Com o calor costumeiro do Brasil, fica difícil negar uma boa bebida gelada, principalmente uma boa cerveja. Sempre convidada para todos os Happy Hours de fim de tarde e churrascos de fim de semana, a cerveja é popular não só no Brasil como em todo o mundo.

Sim, meus amigos. Este artigo fala sobre cerveja. Mais precisamente sobre a história dela. Quando você vê uma cerveja nacional sendo servida em copo americano, chega a imaginar que a origem do líquido se dá num período que se aproxima dos anos 6000 A. C.?

Pois é. A fermentação, o processo que possibilitou a criação da cerveja, tem mais de 10.000 anos. Em diversos lugares do mundo, em momentos diferentes, a bebida foi produzida em processos similares, mas ainda bem distintos entre si.

Se você quer entender melhor sobre como a cerveja foi, é e será produzida… Procure um bom lugar, coloque os pés pra cima e aproveite a leitura abaixo tomando uma boa cervejinha.

Um belíssimo engano

A cerveja não foi inventada propositalmente, e sim descoberta ao acaso. O processo de fermentação foi descoberto por várias civilizações que ocupavam o globo há mais ou menos 10 Mil anos atrás, o que fez com que as primeiras bebidas alcoólicas começassem a aparecer, claro que ainda em pequena escala.

As primeiras cervejas foram produzidas mais adiante, por padeiros, dado que utilizavam grãos de cereais e leveduras em suas receitas. Desde o início, o processo já era um tanto trabalhoso, apesar de rudimentar.

A cevada, um dos componentes mais importantes na fabricação das antigas massas, era deixada na água até que germinasse. Depois, era moída grosseiramente usando mãos e pedras.

Quando devidamente triturados, eram organizados em pequenos “bolos” que eram pré-assados e então desfeitos, para serem misturados à água e deixados em jarras para que pudessem fermentar.  

Apesar de a prática da cervejaria ter parecido surgir primeiro na mesopotâmia, já que lá a Cevada crescia de maneira voraz e selvagem, vários povos já praticavam a fermentação em pequena escala.

Sendo assim, o título de primeiros cervejeiros fica com os Sumérios, um povo mesopotâmico. Como descobriram a combinação? Como os outros: Provavelmente ao acaso.

Agradeçam os Sumérios

O Códígo de Hamurabi previa uma punição para os taverneiros que oferecessem cervejas inapropriadas para o Consumo. Os infratores eram afogados no líquido impróprio.

Os Sumérios cultuavam “Ninkasi” a Deusa da Cerveja. Arqueólogos encontraram um Hino a Ninkasi que data de 2.600 a 2350 A. C. fazendo menção a bebida. Outros estudos arqueológicos dizem que os mesopotâmicos já bebiam cerveja de pequenos jarros individuais em 3.500 A. C., provavelmente os sumérios não eram o único povo babilônico a adotar a prática desde cedo.

Os babilônios aprimoraram as técnicas fazendo inúmeros tipos de cerveja, nas quais eram acrescidas diferentes quantidades de mel junto dos mais diversificados tipos de plantas, o que permitiu que esse povo produzisse muitas versões da bebida com aromas variados.

Na Suméria, pelo menos 40% da produção de cerveja era mantida por mulheres nas chamadas “Casas de Cerveja”. A cerveja da época era bem diferente da de hoje, sendo bem mais densa, escura e forte. Fazendo com que por vezes substituísse a água.

O problema era a contaminação. A cerveja ainda não tinha um “controle de qualidade” adequado para garantir que o consumo não levasse doenças à população.

A primeira lei documentada que regulamenta a produção e o consumo da cerveja consta na Estela De hamurabi, que dita uma série de normas e regimentos que teriam de ser seguidos por todo o povo babilônico.

Talhadas em Diorito, uma rocha muito dura e resistente, as leis conhecidas como o código de Hamurabi (cerca de 2600 A. C.) representam um dos escritos mais antigos em que há a mobilização da linguagem verbal, e nelas há a preocupação em regularizar a cerveja.

O caso já era um questão de “saúde pública” por assim dizer, então para evitar que os habitantes morressem, algumas medidas tiveram de ser tomadas. Esse fato já revela a importância social da cerveja na época. O código de Hamurabi também definia doses diárias de cerveja para a população: eram 2 litros para os trabalhadores, 3 para os funcionários públicos e 5 para o sumo sacerdote.

Egípicios, os verdadeiros mestres cervejeiros

Um pouco mais longe dali, no nordeste do continente Africano, os Egípicios também começaram a, mais ou menos no mesmo período, dotar a cerveja de certa importância. Eles eram verdadeiros mestres cervejeiros e segundo Strouhal em seu livro, “A vida no Antigo Egito”, existem registros que especificam mais de 17 tipos.

Um dos tipos mais populares era o Henketh, uma bebida amplamente disseminada por conta de suas propriedades energéticas. Já a “Seremet” era uma bebida mais cara e alcoólica, quase restrita a faraós e suas famílias.

Houve inclusive um faraó que levou a fama de “Faraó-Cervejeiro” depois de doar cerca de 400 mil ânforas de cerveja para os Sacerdotes do Templo de Amon. Nesse período, a cerveja tinha importância religiosa, assim como o leite e o café e era relacionada à diversas lendas divinas.

No mito conhecido como “A Destruição da Humanidade” é descrito como a Deusa Sekhmeth ficou embriagada após tomar muitos litros de cerveja vermelha pensando que fosse sangue humano.

A cerveja fazia parte de diferentes tradições e celebrações do povo egípcio, sendo em alguns casos relacionada aos ritos funerários e processos de libação, em que muitos litros de cerveja eram derramados em nome das divindades.

O Império Romano e a Cerveja

Do grego Amphoreus, as ânforas, são receptáculos que eram utilizados para conter líquidos como água, vinho, cerveja e leite.

Júlio César o líquido e para comemorar com os militares suas invasões, promovia festas regadas a cerveja. Quando César chegou à Britânia, o povo bebia apenas leite e licor de mel. Foi o contato com as tropas romanas que introduziu o costume do preparo da cerveja em meio a cultura britânica. O mesmo foi feito com os gauleses, mas eles pareciam interessar-se mais em produzir outros tipos de bebidas.

A cerveja se espalhou definitivamente pelo ocidente por conta do Império Romano, outras civilizações já fabricavam algo similar, à partir da fermentação de outros ingredientes. Para sofrer fermentação alcoólica, basta que o alimento ou açúcar utilizado detenha boas quantidades de amido.

Com o passar dos anos, já na república romana, o vinho tomou o lugar da cerveja como bebida favorita dos romanos, deixando para a cerveja o título de uma bebida apreciada por povos tidos como bárbaros, como os germânicos.

E o termo “cerveja” de onde vem?

A cerveja começou a ser chamada pelos Gauleses de “cerevisia” ou “cervisia”, que vem do latim cervēsia. O nome era uma homenagem a Ceres, a Deusa da agricultura e da fertilidade.

A raiz comum da palavra prevalece até hoje em muitos idiomas de origem românica, e por isso em muitos deles as palavras são parecidas: em português “cerveja”, em espanhol cerveza, em catalão cervesa e em galego cervexa.

Em alguns outros idiomas europeus, são usados derivados da raiz germânica original. Então as palavras alemã “bier”,  inglesa “beer”, francesa “bière” e italiana “birra” são todas de mesma origem. Há também a palavra escandinava “ol” ou “ale”, utilizada na idade média para designar a bebida quando o lúpulo ainda não era usado.

Os monges cervejeiros

No início da idade média os mosteiros eram compostos de enormes templos e plantações, muitos deles fabricavam cerveja acrescentando ingredientes de cultivo próprio para criar aromas diferentes. Os monges do Mosteiro de San Gallo, na Suíça, foram os primeiros a adicionar o lúpulo, um dos mais famosos ingredientes da cerveja que bebemos hoje, para conferir certo gosto amargo à bebida.

Nessa época, entre os anos de 700 e 900, foram feitos testes com outras ervas como mírica, rosmarinho, louro, sálvia e gengibre. O lúpulo é cultivado na frança desde o século IX, época em que a fermentação sem lúpulo era comumente chamada de Ale. Alguns séculos mais tarde o nome passou a ser válido para qualquer “cerveja” forte.

Os monastérios costumavam contar com grandes bibliotecas, compostas por livros que agrupavam conhecimentos sobre diversas áreas do conhecimento de interesse dos monges. Através deles foi possível descobrirmos como foram os testes e os processos para a fabricação de suas cervejas, que tinham características bastante distintas das produzidas por outros povos até então.

A real descoberta da fermentação

Por um longo período de tempo, apesar de utilizarem a fermentação a seu favor, a maior parte dos povos que a executava não compreendia bem o que era responsável pelo processo.

Na era Viking, que antecedeu a época medieval, o segredo para uma boa cerveja parecia estar na “vara de cerveja” usada para mexer a bebida durante o preparo. Cada família tinha a sua vara, algumas delas eram gravadas e adornadas, tornando-se até herança de família.

Durante muito tempo, a fabricação da cerveja era uma tradição familiar que era passada de geração em geração, como assar o pão ou fiar o linho. Atualmente nós sabemos que essas varas continham uma cultura de levedura, o fungo utilizado na fermentação da cerveja

Bem mais adiante, em 1860, o cientista francês Louis Pasteur descobriu o fermento e sua função. Foi aí então que a comunidade científica ficou ciente do processo de fermentação e começou a estudá-lo, possibilitando que novos métodos de fermentação fossem empregados, de modo mais seguro e eficaz, na produção de alimentos e bebidas.

Os diferentes ingredientes da cerveja

Cultivo de lúpulo voltado para a produção de cerveja.

Como dito anteriormente, os egípcios já faziam diferentes tipos de cerveja ao incrementar suas receitas com outros grãos que conseguiam. A cerveja é considerada cerveja por ter três ingredientes básicos em comum, são eles: água, uma fonte de amido (como o malte de cevada) e uma levedura de cerveja para produzir a fermentação.

É possível utilizar mais de uma fonte de amido na fabricação, para conferir à bebida um sabor e cores diferentes. O lúpulo já é um ingrediente indispensável em muitas cervejas, conferindo a elas um amargor mais substancioso e um aroma mais encorpado. A cerveja também fica mais densa por conta dos polifenóis e óleos essenciais da planta, que afetam a sensibilidade do paladar e dão uma sensação de preenchimento na boca.

O lúpulo também é um antibiótico natural, tendo um poder bacteriostático eficiente, o que o torna um conservante natural também. Além disso, é rico em substâncias antioxidantes e pode ser consumido até como salada.

Uma trepadeira que predomina em regiões frias, o lúpulo atraiu e ainda atrai a atenção de muitos cervejeiros por conta das propriedades de suas flores, das quais pode ser extraído um olho que é utilizado no preparo da bebida. As flores que contém as glândulas de lupulina, a substância interessante para a criação da cerveja, são todas de plantas fêmeas.

Todos os ingredientes da cerveja importam, a água de determinadas regiões é diferente da de outras, o que beneficia o preparo de um ou outro tipo de cerveja naquele lugar. Quando trata-se de cerveja, trata-se também de aspectos culturais e históricos muito particulares, a cerveja sempre esteve ligada a tradições que lhe deram características específicas em cada lugar e época em que foi produzida e apreciada.

As cervejarias modernas

A demanda de cerveja voltou a ser alta no Brasil desde 1994 e atualmente as cervejarias andam conquistando novos espaços, se adaptando a diferentes públicos e apresentando diferentes formatos.

As grandes cervejarias nacionais detêm grande parte do mercado, mas as artesanais, feitas em lotes menores, são donas de características mais peculiares, o que deu a elas um grande nicho de admiradores que cresce mais a cada ano.

(Infográfico: Escola Superior de Cerveja e Malte)

As cervejas artesanais remontam às antigas tradições de se fazer cerveja, de modo menos prático e mais comedido, todas produzidas dando atenção aos gostos, aromas e cores. Mesmo as receitas mais modernas, são feitas com base em receitas bem mais tradicionais.

O diferencial que atrai a consideração dos amantes da cerveja é a qualidade. As cervejas artesanais podem ser apreciadas, cada uma em uma ocasião, acompanhadas ou não, em uma medida menor do que as cervejas de caráter mais comercial.

Assim, é possível beber menos e beber melhor, o que é muito interessante para muitas pessoas que procuram evitar os malefícios do excesso de álcool.

Por conta de todos esses motivos, cada vez mais cervejarias abrem não só nas grandes cidades, como também no interior de todos os estados do país. É um mercado competitivo e exigente, mas que pode oferecer bons retornos aos mais devotos à arte da cervejaria.

A coloração da cerveja colocada em contraste com a coloração dos ingredientes adicionados na receita para que os tons sejam obtidos.

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O Brasil não é um dos melhores produtores de cerveja em nível internacional, mas com certeza é um dos maiores consumidores de cerveja do mundo. A cerveja virou febre no país e até hoje movimenta a economia como poucas outras indústrias o fazem por aqui.

Alguns anos atrás, recebemos anúncios de “Ovos de Páscoa de Cerveja” e até Sorvetes de Cerveja que deixaram muitos brasileiros embasbacados. O que não precisava ter acontecido: afinal já tem muito tempo que a bebida é aproveitada para a fabricação de vários tipos de doces em vários lugares do mundo.

Sorvete de Cerveja lançado pela Skol.

Conclusão: A cervejaria é uma arte apreciada por muitas culturas

A cerveja começou a ser cobiçada e aprimorada pela humanidade há pelo menos 10.000 anos atrás. Serviu a diferentes propósitos e assumiu incontáveis formatos, fundou tradições e até motivou cientistas.

Os registros mais antigos de que o homem bebe cerveja datam 6.000 A. C., mas há quem acredite de que só não são mais antigos pois o costume de fazer bebidas fermentadas é ainda mais antigo que a própria representação escrita.

Ela teve diferentes nomes, e foi apreciada por povos muito distantes entre si em épocas em que a possibilidade de que dois deles se encontrassem era muito remota.

Presente nos brindes de trabalhadores, faraós, bispos e bárbaros, a cerveja foi tomada em diferentes recipientes, despejada em oferta a Deuses que a apreciam, experimentada nas mais variadas temperaturas e chegou a até a inspirar a criação de leis e poesias clássicas.

Agora que você já sabe mais sobre cerveja, vou te fazer uma pergunta: Eaí, vamos tomar uma gelada?

Tem dúvidas, sugestões, complementações ou reclamações a respeito do conteúdo do artigo? Deixe suas impressões aqui no Blog. Se gostarem, podemos trazer mais artigos falando de cerveja.

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Se você se interessou por este artigo, leia também: 4 Grandes Dicas de Como Lucrar com Bebidas em um Restaurante.

Equipe Consumer

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